domingo, 29 de março de 2009

BARCELONA

BARCELONA – AS PESSOAS

Barcelona é um lugar onde gente nova não é novidade. Todos os dias as Ramblas são invadidas por grupos enormes de turista. A mudança de gente no hostel também é algo que impressiona. Conheci poucos moradores que nasceram lá, pois em sua maioria, mudaram-se depois. O dia-a-dia da cidade é diferente e parece um pouco com o Rio, sem favela e gente feia. Todos os dias artistas de rua se apresentam por todos os lugares. Muito tradicional são os artistas fantasiados como estátua viva em busca de um troco. Tem macaco, gárgula, fadas, gente sentada no pinico, múmia vampiro, pra todo tipo. São criativos e levam o trabalho a sério, com horário marcado e respeito ao colega ao lado. Estava hospedado tão perto desta via principal que todos os dias os encontrava, muitas vezes conversando em rodinha, o que era muito engraçado.
Fora isso Barcelona inspira a moda. Cada um tem um particularidade pra mostrar. Comprei pra mim um camisa de brechó e um óculos colorido e fiquei todo bobo. Mas queria tanta coisa que a mochila não daria pra trazer. Vi gente de trança, suja, limpa, com gel e sem, enfim, é uma cidade que você pode ousar nas roupas e acessório.
Também é um lugar que aceita bem as diferenças, com negros, indianos e brasileiros pra todo lado.



BARCELONA – OS AMIGOS

ROBERT- Inglês figuraça que veio tentar a vida na cidade. Muito amigo, tagarela e brincalhão. Não era muito fã de banho e já encontrei um pão com queijo embaixo da cueca sobre a cama. Foi essencial para os meus primeiros dias e ensinei pra ela a expressão “GET OUT STAGE”, ou desce do palco, pra uma mulher metida a besta.
JUAN – Argentino que conheci em Segóvia e que se hospedou também no Kabul. Me ensinou tudo que aprendi sobre espanhol até agora. Paciente, leal e bem novinho. Foi meu companheiro em pontos turísticos. Não se dava bem com mapas e era normal andarmos em círculos. Nós três (com Robert) andávamos juntos boa parte do tempo.
BRASILEIRAS – Moravam em Porto mas estavam passeando de férias. A carioca era mais sagaz, tanto que saiu com o inglês, e a outra mais quietinha. Eram conhecidas de um brasileiro meio barro meio tijolo que foi minha companhia na primeira night catalã.
FRANCESES – Eram três mas apenas um era nosso amigo de verdade. Dizíamos que devia ter sido mendigo e agora estava bem de tanta felicidade. Sem tempo ruim. Fala um inglês tão certinho e pausado que até eu entendia o contexto. Pagava bebida, tomava iniciativa e estava sempre dizendo algo como MAKEMAMÁ. Um elogio pra mulherada, imagino eu. Os dois amigos dele diziam que eram muçulmano ou uma porra assim, mas andavam abraçados demais pro meu gosto.
FRANCESA – Aruuuiiii. Era assim que me chamava. Voava de paraglaide em todo lugar do mundo e tinha ido a Barca pra isso também. Dançava salsa e dançamos com o ipod no ouvido no último dia. Era gata e gente boa. Dizem que saiu com o colombiano que mal pude zoar dizendo que um brasileiro, um argentino e um boliviano no mesmo lugar era quadrilha. Me deu o contato pra encontrá-la na França.
MEXICANA – Figuraça. Namorada de uma pessoa importante no México que achou que era importante ela conhecer o mundo e deu uma viagem pra ela de seis meses por aí. Gostava de sair com a gente pra night e dançava e tirava fotos muito engraçadas. Elogiou meu espanhol e sempre muito atenciosa com o grupo.

BARCELONA – O LUGAR

Barcelona não seria nada sem as pessoas que vivem e passam por lá. Gaudi deu uma boa ajuda, colorindo e enchendo de traços incertos prédios, igrejas e parque. A Sagrada Família tem que ser vista sem ter que ouvir repetidas vezes que ta tudo em obra. Óbvio, a obra final termina em 20020. Parque Guell é muito lindinho, trabalhado com pedras, rochas, pedrinhas e azulejo. Um lugar pra namorar, tirar fotos e ver a vista da cidade. O Draco, dragão que eu tanto queria ver é menor do que eu imaginava, mas tem seu encanto também.
As ramblas, que parecem o calçadão de campo grande com muitos artistas e um mercado São Brás que se chama Boqueria. As praias são simpáticas, assim como os gramados que sempre tem um monte de gringo se esticando no sol. A night ficou devendo um pouco também, com atividades tão comuns e mornas como os outros lugares. 7, 8 reais uma cerveja desanima qualquer folião, ainda mais quando vê as dançarinas sob o balcão, com a bundinha triste e pequena.




BARCELONA – EU

Barcelona é um oásis no meio de tantas cidades caóticas e cinzas. Me senti bem pra caralho na cidade. Dormi na praia e no gramado, assisti banda cubana, fui em todos os pontos turísticos e creio ter conhecido bem o espírito da cidade. Tive dificuldade com a língua mas aprendi que vai muito mais da boa vontade alheia. No final, numa mesma roda, eu falava espanhol, inglês e português, do meu jeito, e nos entendíamos e riamos todas as noites. Fiz os gringos brincarem de rolha, sambarem e em troca dancei salsa, aprendi espanhol melhor que imaginava e deixei pra trás a primeira cidade que eu penso um dia voltar.

Um comentário:

Paola Danemberg disse...

Nossa, que inveja !!! Como quero conhecer esse lugar, por n motivos... RSRSRs, fiquei muito feliz pelo seu comentario....

ps.: a camiseta pode ficar p/ vc ou tenta fazer um escambo aí p/ vc...

Bom continuo viajando com voce!!