“Sabe qual é a melhor coisa que Deus inventou depois da mulher?O fone de ouvido”
Lancei a piada como um espirro inevitável que respingou mais longe que o previsto. Pior que falar demais no trabalho novo é perceber, só depois, que a maioria em sua volta é mulher.
Amasso e coloco meu comentário no bolso torcendo para não ter sido ouvido e dou graças a Deus quando o silêncio é interrompido pelo telefonema que gera uma série de perguntas e respostas paralelas. De rabo de olho admiro essa capacidade das mulheres de concatenarem tantos pensamentos, como se jogassem palavras cruzadas simultaneamente. Minha diretora de criação por exemplo, consegue atender, corrigir, orçar, ler, layoutar e trocar confidências com o namorado ao mesmo tempo. E neste meio tempo, se comento algo, ela responde prontamente. Diferente de ambientes mistos, uma agencia dominada por mulheres tem temperos únicos. Chiliques, birras, tititis, são somados aos duros briefings e brainstorms dando um clima aconchegante a rotina mecânica da propaganda, como se, sempre que precisar, estarão à disposição um colo e um cafuné. As observo assim como fazia pequeno, da brecha da porta ou fingindo estar dormindo, para poder me aprofundar em seus mundos. O que mais me chama atenção são as piadas inocentes, que as acompanham desde a infância. Diferente dos homens que mandam tomar no cú pelo puro divertimento do desafio, as mulheres brincam com a delicadeza de um pianista, zombando de seus pequenos poderes. A que senta aqui na frente um dia desses deixou o telefone tocar, tocar, fez cara de tolerância, respirou fundo, todas riram, só depois atendeu. Adoro essas coisas de menina.
Observando o mercado e fazendo um corte e colagem de tantas Meio & Mensagens que leio, posso decretar: agências presididas por homens vão acabar. O pensamento é simples. A propaganda deixou de ser a vedete e se viu a necessidade de trabalhar outras ferramentas de comunicação, funcionando de maneira conjunta. Em miúdos: o cara que lançava um produto ontem anunciando no jornal nacional, hoje é obrigado a fazer uma ação no supermercado, desenvolver um site interativo e preparar uma promoção. No mínimo. Como administrar tudo isso ao mesmo tempo?Só usando saias.
Ela faz pose. Ela dança, Ela chora, Ela faz o mundo parar para ver algo fofo em seu Mac. É assim com os clientes, fornecedores e funcionários. Tentar entender os pensamentos da minha chefe é como olhar para o céu e conseguir prever quais são os próximos desenhos que as nuvens vão formar.
Neste primeiro mês tenho usufruído deliberadamente dos dengos, mesmo contidos, das minhas colegas de trabalho. Afinal faz muito tempo que alguém não leva uma gripe minha a sério, ou simplesmente nota o que tem desenhado na minha blusa. Confesso que passei virando algumas noites decifrando jobs com a obstinação de uma mãe que nina um bebê com cólicas, mas também tive o prazer de acompanhá-las em compras no meio do expediente ou me sentar para matar uma garrafa de champagne em plena quinta-feira.
“Sabe porque as baratas resistem a tudo?Por que nunca foram casadas com um homem”. Putz, elas ouviram.
Lancei a piada como um espirro inevitável que respingou mais longe que o previsto. Pior que falar demais no trabalho novo é perceber, só depois, que a maioria em sua volta é mulher.
Amasso e coloco meu comentário no bolso torcendo para não ter sido ouvido e dou graças a Deus quando o silêncio é interrompido pelo telefonema que gera uma série de perguntas e respostas paralelas. De rabo de olho admiro essa capacidade das mulheres de concatenarem tantos pensamentos, como se jogassem palavras cruzadas simultaneamente. Minha diretora de criação por exemplo, consegue atender, corrigir, orçar, ler, layoutar e trocar confidências com o namorado ao mesmo tempo. E neste meio tempo, se comento algo, ela responde prontamente. Diferente de ambientes mistos, uma agencia dominada por mulheres tem temperos únicos. Chiliques, birras, tititis, são somados aos duros briefings e brainstorms dando um clima aconchegante a rotina mecânica da propaganda, como se, sempre que precisar, estarão à disposição um colo e um cafuné. As observo assim como fazia pequeno, da brecha da porta ou fingindo estar dormindo, para poder me aprofundar em seus mundos. O que mais me chama atenção são as piadas inocentes, que as acompanham desde a infância. Diferente dos homens que mandam tomar no cú pelo puro divertimento do desafio, as mulheres brincam com a delicadeza de um pianista, zombando de seus pequenos poderes. A que senta aqui na frente um dia desses deixou o telefone tocar, tocar, fez cara de tolerância, respirou fundo, todas riram, só depois atendeu. Adoro essas coisas de menina.
Observando o mercado e fazendo um corte e colagem de tantas Meio & Mensagens que leio, posso decretar: agências presididas por homens vão acabar. O pensamento é simples. A propaganda deixou de ser a vedete e se viu a necessidade de trabalhar outras ferramentas de comunicação, funcionando de maneira conjunta. Em miúdos: o cara que lançava um produto ontem anunciando no jornal nacional, hoje é obrigado a fazer uma ação no supermercado, desenvolver um site interativo e preparar uma promoção. No mínimo. Como administrar tudo isso ao mesmo tempo?Só usando saias.
Ela faz pose. Ela dança, Ela chora, Ela faz o mundo parar para ver algo fofo em seu Mac. É assim com os clientes, fornecedores e funcionários. Tentar entender os pensamentos da minha chefe é como olhar para o céu e conseguir prever quais são os próximos desenhos que as nuvens vão formar.
Neste primeiro mês tenho usufruído deliberadamente dos dengos, mesmo contidos, das minhas colegas de trabalho. Afinal faz muito tempo que alguém não leva uma gripe minha a sério, ou simplesmente nota o que tem desenhado na minha blusa. Confesso que passei virando algumas noites decifrando jobs com a obstinação de uma mãe que nina um bebê com cólicas, mas também tive o prazer de acompanhá-las em compras no meio do expediente ou me sentar para matar uma garrafa de champagne em plena quinta-feira.
“Sabe porque as baratas resistem a tudo?Por que nunca foram casadas com um homem”. Putz, elas ouviram.
6 comentários:
Que insensíveis essas mulheres com quem vc convive há mais de um mês, hein...
Não repararam nos desenhos das suas lindas camisas cheias de criatividade nem levaram suas gripes a sério!!!
Tadinho!
Amei. Difícil um homem se render assim a nós (haha). No fundo a maioria deles sabe disso tudo, mas nunca dão o braço a torcer. um bjo.
"Afinal faz muito tempo que alguém não leva uma gripe minha a sério, ou simplesmente nota o que tem desenhado na minha blusa."
Acho que isso diz tudo sobre como é trabalhar com mulheres. Perfeito.
Adorei!!!!!!
E vc sabia que eu li uma reportagem ontem falando que as empresas comandadas por mulheres crescem até 45% mais do que as comandadas por homens?
Vamos dominar o mundo, pq vcs homens nós já dominamos, né? Eheheh
Beijocas
Sensacional...
Acho o máximo quando um homem fala das nossas características com tanta admiração. A maioria trata isso como defeito (apesar de, bem lá no fundo, saber que não é), do alto de seu machismo sarcástico. Obrigada, Aruba!
Obrigada, fazia tempo que não via ninguém nos descrever com tantos detalhes e encantamento.
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