quinta-feira, 26 de abril de 2007

O FIM DO CARNAVAL SEM FIM

Lá estava ele, tentando me explicar. O sonho de morar com os amigos, finalmente ter nossa casa na árvore, foi pelo ralo. “Fazer o quê”, disse, sem mais. Esperei em silêncio o inevitável encontro, onde poderia destilar meu veneno. Sempre carreguei o peso da monogamia, era tido como o mais namoradinho, ganso, apaixonado, e justamente agora, tenho que aceitar as atitudes passionais de um amigo? Só se eu não fosse de escorpião.

Ele a conheceu na alvorada de 2007 no Rio, entre um esquenta de bloco e uma passada pela Lapa. Íamos os dois boêmios pela rua, zombando da noite, lavados pelo suor do Democráticos, quando encontramos a gaúcha na rua. Ela não era a mulher dos olhos dele mas de qualquer marmanjo que a visse desfilar em seu vestido vermelho. Linda, como nunca.Terminaram no Arpoador, depois de 24h de sumiço total, com juras efêmeras de foliões, marcados para reencontrar talvez, quem sabe, um dia.

Os dias passaram desfilando e o mês de março chegou trazendo a lembrança do melhor carnaval de todos os tempos. Novos amigos, paqueras, festas, convites e montar nossa própria república era questão de tempo. Até que, entre pontes aéreas e noites mal dormidas no orkut, meu amigo me vem com a notícia bomba.

Por isso estou ali, sentado na mesa do boteco da esquina da minha casa, com a perna batendo, revelando total ansiedade para reencontrá-los e humilhá-los, entre uma tulipa e outra. Depois de um mês de desencontros com eles, chegaram os dois, mãos dadas, sem máscara ou maquiagem, pelo contrário, só olheiras, de noites deliciosamente mal dormidas.
Desde o momento que os vi, sabia que realmente tinha perdido a queda de braço sem ao menos começar a disputa. Eram tão irritantemente felizes que nada os faria mudar. “Caralho, casar?”Foi a única coisa que lembro ter perguntado, no final.

Aceitei passar o resto do dia com eles, desta vez segurando vela, para encontrar o calcanhar de Aquiles, um argumento irrefutável que o fizesse parar e pensar. Casar com 3 meses de namoro?Abandonar a carreira e morar com ela no sul?Abandonar a orgia benigna das sextas feiras no boteco arco-íris?Como ele pode?

Fico pasmo em dizer que passamos tempo demais descobrindo como dominar uma onda e esquecemos de como pode ser divertido ser dominado por ela. Entendi porque tantas novelas mexicanas terminam com final feliz. Por incrível que pareça, eles existem.
Depois de uma longa viagem de carro, cantando Beatles aos berros, para espantar demônios e saudades, celebramos o noivado no meio da estrada, sob a luz dos faróis do carro, com anéis de lata, uma champagne comprada na loja de conveniência e um padre improvisado, que só podia ser eu.

27 comentários:

Anônimo disse...

Hahahahahahaha... Muito bom hein Aru!

Tá mandando bem nas crônicas, enquanto isso eu tento aqui com todo o suor, arrancar a minha primeira crônica neurônios abaixo!

Um dia seremos parceiros de blog ! huahauahahauhauahau

Mas por enquanto, só de trabalho.

Abraços!

Unknown disse...

Sempre que leio uma crônica, um texto ou mesmo um anúncio seu, vejo um pouquinho da figurinha com quem convivi alguns dias. Adoro ler suas crônicas e fazer este reconhecimento...Elas ficam muito humanas, assim como você. Se impolgue e coloque várias. Estarei acompanhando sempre!! Beijão, Cla

Unknown disse...

Não queria usar as palavras -Porra cara! Mas ta foda! rsrs

Ficou muito legal, não é a primeira vez que gosto de uma crônica tua, espero que não pare por aqui principalmente pela falta de tempo, ppois é normalmente assim que conseguimos nos falar por meio de um blog ou scrap!

Abraços do seu Amigo Vadio Guilherme!

Anônimo disse...

É, grande amigo temulento... só posso dizer que, literalmente, me deu vontade de chorar... misto de alegria ante o novo e saudade antecipada.

Anônimo disse...

Veja pelo lado bom: compensarei cada mulher que peguei na tua aba colocando na tua fita as loirinhas de POA! hehehe
bjundas,
Obs.: bom texto! (mas a história tb ajuda... =P)

Anônimo disse...

Querido amigo!
Não te conheço pessoalmente, mas gostaria aqui de afirmar que entendo perfeitamente a sua situação. Pra mim, soava mais loucura ainda quando ela chegou dizendo que tinha arranjado um marido no Rio... Como assim? Tinha virado piada até... Quando, aos poucos, aquela minha amiga tão desligada da vida, sempre louca só pra viver, passava horas na frente de um computador... Até cervejadas andava recusando por horas na frente de uma tela... Até que ela foi... e então veio o marido... e os dois juntos... não tem o que dizer, né? O que podemos é desejar o melhor e, é claro, aproveita pra avisar pro marido que aqui é frio pra c..... Parabéns pela crônica!

Anônimo disse...

Pô, você escreve bem, hein, cara. Agora estou conhecendo melhor a história do nosso amigo passional. Bem legal a parte do ´noivado´. Valeu!

Anônimo disse...

Caraca....

Assim é papaya. Afinal, nem só de títulos vive um redator não é mesmo?!

O mais engraçado é que me recordo de ter ouvido uma história muito parecida com essa dias atrás.. rs
Até fui convidada prum certo casamento!

Que delícia!!
A alegria dos noivos..
A despedida de solteiro... rs
Os sentimentos que ainda surpreendem...

Um Brinde!
Aos finais de novela mexicano...
Às lindas histórias de amor...
À vida...

Bjus grande pra vc!
Felicidade poder "compartilhar" essas pequenas delícias em formas de crônicas!

:)

Ps: por um segundo me recordei da histórias de dois piriquitos que voavam juntos... ha!! Deixa pra lá.. isso já é uma outra história!!

;)

Unknown disse...

adoro o que vc escreve. mas ainda prefiro o do peixinho...hehe..mentira. vc sabe qual eu prefiro. eta vaidaaaade!

bjoca. nhac.

Anônimo disse...

Nossa, menino!!!
Não sabia que você escrevia coisas tão bacanas.Adorei!De verdade!!!Passarei sempre por aqui, viu?
Bjinhos!!!

Anônimo disse...

Muito legal, cara.
Vou ver se me inspiro e faço como você...
Só não vou ser padre..
Abraço

Anônimo disse...

É por aí Aru, por isso que entre ser e não ser eu prefiro "não ser" . A vida sempre arruma um jeito de falar que nada é nada e que nem tudo é tudo. Se toda unanimidade é burra, burro são os que gostam de fazer frases unanimes hahahah.

Texto genial, um grande abraço!

Anônimo disse...

J quest!!! Lindo relato de uma história mágica, para mim, e louca para muitos. Que bom que “abençoou” a união... “felicidades e VTC”!!!! As orgias podem acabar, mas os botecos, tragos e festas...jamais! Não “perdeu” um amigo, ele apenas agora vem com anexo, que gosta muito de ti!!! Ahh...outra coisa...não foi o vestido vermelho...ele curtiu mesmo foi performance na gaita!!!!! Ahahaha...gde bJu da esposa mais feliz do mundo!

Unknown disse...

Caramba! Sabia que vc era talentoso mas nunca havia lido nada seu ainda. Amei. Parabéns! É por isso que me orgulho de ser sua prima. Um bjo

Unknown disse...

Salve, salve meu querido Aru!!!

Não foi a toa que nos tornamos amigos tão rápido, não é mesmo? Vc gosta de escrever crônicas e eu adoro ler crônicas...

Vc bem que podia escrever uma baseada na forma como nos conhecemos que tal???? Ia ficar bem legal...rs

Parabéns e um beijão!!!
Jú (a furona)!

Carol Guido disse...

Oi Aru!! Cheguei aqui atravez da bruna e me encantei! Vou ficar esperando as proximas ansiosamente..!
beijao

Anônimo disse...

hehehehe

salve ARU!!!!

muito bom heim******

Anônimo disse...

Aru, meu amigo, que saudade!
To aqui passeando pelo seu blog e já me apaixonei por essa história apaixonante!
Parabéns, tu é bom mesmo!
Bj enorme!

Anônimo disse...

Então, pessoa...
depois de ter os meus textos domenticados por vc ainda sou obrigada a avaliar os seus? hehe
Brincadeira, como vc tem mania de dizer "muito bom! muito bom!"

Bj :D

Bruna disse...

Aru, que espetáculo! Simplesmente amei. Acho que dei o mesmo susto em alguns amigos quando em 15 dias de namoro já estava casada. Essas coisas assim, meio que de supetão, funcionam... já se vão 1 ano e meio de pura felicidade na minha vida. Quando o sininho toca no estomago, o melhor a fazer é pular dentro.
Parabéns pela cronica. Já está nos favoritos. Prometo voltar por aqui.
bjs

Anônimo disse...

amei,adorei a estória.Vejo q vc é bom mesmo com as palavras,imagine o resto,estou aguardando as próximas,meus parabéns

Vivianni Patricia disse...

Amei ler suas crônicas. Você tem um dom especial. Quem sabe um dia você escreve uma sobre mim??? Parabéns e muito sucesso na vida!

Unknown disse...

Simplesmente...ÓTIMA!!!
É o mínimo que posso dizer...
Não tenho o dom de escrever, ou pelo menos escrever bem, porém já me satisfaço ao saber que pessoas que considero minhas amigas o fazem com louvor!

Contos de Biscuit disse...

O Carnaval perfeito que se foi e levou tb nosso amigo temulento pra uma aventura bem maior. Que a felicidade esteja com eles!! Tô doida pra beber 13 horas enquanto a costela vai assando!! Bááááh!!!

cris frança disse...

Eita menino bom esse !!!!!!!!
nossa!!!!!

fantastico,fenomenal.........é isso tudo q penso d vc rs...
Adoro ler sua cronicas.. Sempre bem focadas e inteligentes.......
E mais uma vez digo.....
vc é um sucesso.......
bjocas.............

Anônimo disse...

Grande Aruanã!

Apesar de suprimido da história (quem nos contos de fadas se lembra do condutor da carruagem, né?), posso dizer que adorei a forma como você à escreveu. Foi bom reler e lembrar de um momento muito doido de minha vida. Você pode perder o contato com um amigo, mas ganhou mais uma prova de como a vida é deliciosamente surpreendente e o quanto é bom vivê-la. Quando eu for ao RJ, vamos à Lapa. Beber em homenagem ao nosso amigo "maridão" e a essa união que se inicia. Saudades cara!!

Abraços!

Gustavo disse...

Diez, não se sinta mal... ele tb suprimiu a amiga da Juliana (a "gaúcha") e o Walter (que foi padrinho do casamento à beira da estrada)... rs
Em breve te visitarei em Floripa!
Abs,